Elementos da Umbanda

Conhecendo os elementos usados na prática dos terreiros de Umbanda.


Água

      Sua utilidade é imensa. Por sua natureza contém energia própria, fruto do contato com a natureza (areia, pedra e solo). Serve para os banhos, amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos pela captação, para o batismo, para fluidificação. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nos rituais.
     Nas mãos das entidades, é utilizada como remédio, como alimetno repositor de energias, para descarregar,absorver, para purificar, imantar ou ser imantada.

Fogo

       Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora, bem como para cozinhar as comidas oferecidas às Entidades. Associado nos ritos de magia da religião como afastador de espíritos ruins.
           O fogo da pólvora (tuia) associado nos ritos de magia religiosa produz o estouro e a fumaça para que expulse a negatividade, espíritos inferiores e destruidor (queima) as energias pesadas, estourando as bolsas miásmicas do ambiente, sempre fruto dos pensamentos dos seres que nele estão ou habitam.

Bebidas (Curiador)

          As entidades e guias da Umbanda utilizam-se dos elementos que compõem a bebida para realizarem seus trabalhos de limpeza e purificação, tanto do consulente, como de ambientes. O álcool, em sua essência, é liquido extremamente volátil, que facilmente transcende do plano material para o etéreo, sendo excelente auxiliar para a limpeza de energias negativas impregnadas no perispírito.
Cada linha de trabalho possui seu próprio "curiador", ou seja, a bebida correta paara cada uma delas.

Coité

      É um recipiente, feito a partir da casca de côco, que as entidades utilizam para comer e beber. 

Fumo

        É a erva mais tradicional da terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião, é utilizado como componente para defumação, onde conjuga o fogo e a fumaça para a destruição dos campos magnéticos negativos. Assim, o que as entidades da Umbanda fazem é utilizarem ervas, juntamente com os elementos água, fogo e ar para realizarem suas magias e defumações, desestruturando larvas astrais, miasmas e desagregando energias negativas e danosas à aura do consulente e ou do ambiente.

Sal Grosso

       O sal grosso é assim chamado por não ter passado pelo processo de refino industrial, é um composto químico nominado de cloreto de sódio (cloro e sódio).
O cloro e formado por moléculas de grande poder germicida e bactericida e o sódio é um metal invisível a olho nu, tem função de agir como condutor térmico e eliminador de corpos nocivos à saúde. Assim sendo, os etéreos do sal grosso é que fazem a limpeza fluídica.

Pólvora (tuia, fundanga)

         Utilizada para o deslocamento do éter (ar) para desintegração de campos de forças muito densos de pessoas e ambientes.

Pemba

       É a força esotérica da escrita astral, na Umbanda é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada ao ar no ambiente em que se utiliza.

Velas

           Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. São ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento a Deus, ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.
            Na vela encontramos a vibração dos 4 elementos naturais: água, terra, fogo e ar. É a atuação da magia dos elementos. Ao acendê-la de forma religiosa através da prece, produz-se a indução ao movimento magístico com as Forças Sutis Eólicas, Igneas, Hídricas e Telúricas. Ao iluminá-las, também, homenageia-se, como símbolo de fé, a Deus, Jesus, a Mãe Santíssima.

Penacho e Cocares
      
       Os guias não precisam deles para demonstrar sua condição de representantes do Orixá, entretanto, para melhor tomarem contato com a Terra, uma vez que sentem saudades, muitas vezes, da sua permanência neste Planeta, como antes encarnados que o foram, bem como, para dar cunho de materialidade nos seus trabalhos.

Charutos, Cachimbos e Cigarros

       O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu fundamento em várias culturas religiosas. A fumaça tem o valor defumatório.

Otá

        Pedra (de rio, cachoeira ou praia), axé do Orixá (onde se fixa a força mágica da Vibração). O otá tem vida energética quando ativado; somente assim é um otá. Sua forma, dependendo do Orixá, poderá ser redonda, arredondada (ovalada) ou comprida. É um condensador e funciona como um transformador energético.

Congal (congá)

      Ao chegarmos em um Templo de Umbanda, via de regra observamos na posição frontal posterior ao salão de trabalhos mediúnico-espirituais um conjunto de objetos (cruz, imagens, símbolos, velas, flores, etc). A este espaço especificamente destinado a recepcionar um conjunto de peças litúrgico-magistas, denominamos de Congal, Congá ou Altar.
       Serve como elo tangível de ligação para concentração, afloramento e direcionamento do teor mental. No que concerne a sugestibilidade , o Congal, por sua arrumação, beleza, liminosidade, vibração, etc., estimula médiuns e assistentes a elevarem seus padrões vibratórios e a serem envolvidos por feixes cristalinos de paz, amor, caridade e fraternidade, emanados pela entidade atuante.
       O Congal é um núcleo de forças, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador, e alimentador dos mais diferentes tipos de níveis de energia e magnetismo.
O Congal dentro dos templos umbandistas tem fundamento, tem uma razão de ser, pois é sustentado pelo plano astral superior e é pautado em bases sólidas e racionais.

Defumação

      Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça, anula e neutraliza as energias negativas, através de aromas e ervas, ou seja, das essências de ervas. No ritual das Giras umbandistas a defumação é feita com a mistura de alecrim, benjoim, incenso, alfazema e mirra. Em outros tipos de defumações são usadas ervas de acordo com a necessidade da utilização.
        A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos. O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena. Entre todas as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.
        A defumação tem sempre caráter de limpeza ambiental e psico-espiritual.O aroma, desperta alguns centros nervosos das pessoas, fazendo-os vibrar de acordo com as irradiações fluídicas das entidades.
        As ervas utilizadas na defumação são poderosos agentes de limpeza vibratória, que tornam o ambiente mais agradável e leve. Ao queimarmos as ervas liberamos todo o poder energético aglutinado nas mesmas, projetando uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes humanos.
     De acordo com o objetivo da defumação, existem diversos tipos de ervas, que associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois ao serem queimadas, produzem reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível.
O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, é uma forma de defumação, não se trata de uso como vício, por isso eles sopram a fumaça.

Atuação do Defumador:

1ª. - A essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se com o éter atmosférico, vai ser sentido e usado pelos espíritos, neutralizando e desfazendo as energias pesadas;

2ª - Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas espirituais.

Concentração

      É ter a mente fixada sobre um objeto. Trata-se do movimento Tântrico.

Meditação

       É uma corrente contínua de pensamentos a respeito desses objetos.

Bater Cabeça

       O médium da Casa, num ato de humildade e em respeito às firmezas do Congá, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá) a fim de pedir proteção. Tem, também, o significado ritual de entrega ao serviço de Deus no trabalho mediúnico espiritual do templo a que pertence.

Prece

      É uma evocação por meio da qual colocamos nossos pensamentos em relação a Deus, Jesus, Maria, Orixás ou às Entidades. Pode ser pensada ou mentalizada, falada ou cantada.

Atabaques

       Instrumento de percussão de origem árabe, com armação de madeira, no formato de barril, oco por dentro, com couro amarrado na parte superior. Em árabe atabaque (at-tabaque) quer dizer "prato", eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e contribuem para que os médiuns permaneçam em sitonia. Nos terreiros de candomblé, o atabaque maior é denominado de Rum (som grave), o médio Rumpi (som médio) e o pequeno Runlê ou Lê (som agudo).

Sineta Litúrgica (Adejá)

    Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardada no Congá. Tem o significado litúrgico de chamar a atenção para o sagrado e evocar os bons espíritos trabalhadores.

Curimbas ou Pontos Cantados

    São cânticos homenageando e invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, etc...

Ponto Riscado

     São sinais gráficos que refletem uma energia, atraem espíritos, fornecem ordens e comandos de atuação espiritual, identificam os Guias em trabalho. Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar a natureza do trabalho.

Iniciações/Obrigações

     É um dever, um compromisso com a função sacerdotal do médium. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na Iniciação, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais da egrégora.

Preceito

       Normas, proibições e recomendações relativas ao culto.

Vestimenta (Roupa Branca)

      É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas. Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar ou rio, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.

Guias (Fio de contas)

    É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. É um elo de ligação entre o médium e a entidade espiritual, de uso pessoal, individual e intransferível.

Toalha Branca
   
   Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m. É utilizado para o médium bater cabeça. É símbolo do trabalho espiritual.

Trabalhar descalço

   O médium, sempre que possível, ao incorporar, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos).

Bater com as pontas dos dedos no chão

     Saudando, homenageando e pedindo licença ao local.

Indumentárias Litúrgicas (Roupas e Apetrechos)

   Os guias não precisam deles. Entretanto, para melhor expressarem a mensagem simbólica que visam transmitir, assumindo as formas perispirituais que assumem. Assim como o Sacerdote, o Rabino, o Marçom usam indumentárias simbólicas/litúrgicas em seus cultos e reuniões, na Umbanda os Guias usam certas indumentárias, de acordo com sua Linha e Falange, como símbolo vibratório e místico.

Pontos de Segurança

      São locais onde estão plantados condensadores energéticos magísticos necessários ao ritual umbandista. Podemos citar como pontos de segurança de um Templo a Tronqueira, o Cruzeiro das Almas, o Centro do Abacá, etc...

Sessão – Gira

       Reunião dos adeptos da Umbanda para seus rituais, ajuda ao próximo, homenagem aos Orixás e Guias ou desenvolvimento mediúnico.

Macaia

       Mata. Local onde os médiuns podem descansar, refazendo suas forças psíquicas, no contato direto com a natureza. Local nativo onde se pode sentir com mais intensidade a vibração dos Orixás.

Entidades Espirituais

       São espíritos em ascensão evolutiva, que se unem aos seus médiuns para promoverem o crescimento espiritual, seu e daqueles que os procuram.

Guia (Entidade)

      É o espírito de luz que procura guiar os homens, afastando-os do mau caminho. Poderá ser um Caboclo, Preto Velho, Criança ou Exu.

Falanges

     São grupamentos de espíritos, dentro de uma mesma Linha, que atuam no Plano Espiritual, recebendo toda a falange, o nome de seu chefe.

Linhas

        O mesmo que Legião, é o conjunto de falanges que agregam espíritos que atuam, na Umbanda, com vestimenta Fluídica própria, como a Linha dos Caboclos, a dos Pretos-Velhos, a das Crianças e a dos Exus.

Cumprimento Ombro-a-Ombro

       Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Passe

          Os passes fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição, o Espiritismo conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio.

         O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel).

            Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.

         Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Banhos de Descarga

       São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma. Pode ser um banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, como os outros banhos, somente devem ser tomados por indicação do pai do Templo a que pertence.

Preparo - O melhor modo pelo qual obtemos uma maior imantação, seja ele com flores, ervas ou essências, é através do calor, da infusão, isto no ritual da Umbanda. Colocamos numa panela a água e a deixamos ferver. Quando estiver fervendo, apagamos o fogo. Então, colocamos as pétalas das flores, ervas, abafando e deixando em fusão para o devido cozimento por evaporação. No caso das flores e ervas, após o cozimento, coamos o mesmo num pano branco e guardamos os resíduos para serem despachados oportunamente.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa). Por isso se deve ter conhecimento das ervas a serem utilizadas, pois o banho de defesa ou desimpregnação não deve ser colocado na cabeça, mas tomado dos ombros para baixo.

Amaci

       São ervas frescas maceradas na água limpa (de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a lavagem de cabeça. Pode ser amaci iniciático ou amaci geral.

Oferenda

        É um ato livre através do qual se oferece aos Orixás e Guias elementos materiais, principalmente relativas à alimentação, elementos extraídos da natureza, com o fim de homenagear aos Orixás e Guias e realizar a magia pelo trabalho, por parte dos espíritos, da contraparte etérica das oferendas.

Comida de Santo

Comida de Santo - Amalá

        Muita gente pensa que a finalidade de um amalá é dar de comer aos espíritos. Erro grosseiro porque o espírito de luz não tem nenhuma necessidade de comidas humanas, por não terem mais o corpo físico. O amalá é um ritual que se faz com elementos que vibram na sintonia dos espíritos, que eles usam para criar um campo de força. O amalá reúne a força do médium, do Orixá e dos espíritos que vêm aceitar e se comprometer a executar o trabalho.

Eledá

       Coroa tríplice do médium. São as Sagradas Vibrações e seus Orixás que comandam, energeticamente, a vida pessoal do médium. No Eledá vamos encontrar o Olori o Otum e o Ossi.

Batismo

       É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas, da pemba e óleos sacramentais.

Cambone

          Tem por obrigação atender as entidades quando incorporadas e interpretar sua fala para os consulentes. É um aspirante ou médium em desenvolvimento designado para tal função.

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