O que é ser um Ogan?
Ogan: Palavra de
origem Bantu que significa: Chefe. Tanto na Umbanda, quanto no Candomblé, este
cargo é muito respeitado, porém como este tópico é destinado a Umbanda,
falaremos das suas atribuições na mesma. Dentro de um terreiro de Umbanda o
Ogan é tal qual como o nome significa o chefe, aquele que vêm logo após a Mãe
ou Pai de santo. Os Ogans não têm incorporação (estado de transe), e assim
sendo em todas as vezes que a Mãe de santo ou o Pai de santo estiverem
incorporados, os demais médiuns devem respeitá-los, tal como respeitam seu pai
ou mãe de santo. O Ogan é os olhos da mãe de santo ou pai de santo, é a pessoa
que observa e coordenar toda a parte ritualística do terreiro, para que tudo
corra bem. Quando uma entidade é nova ou se faz presente pela primeira vez, é
para o Ogan que ela se apresenta, e diz o seu nome, sua origem e risca o seu
ponto, isso sempre na ausência da Mãe ou Pai de santo, quando os mesmos estão
presentes , apenas chamam o Ogan para participe da conversa assim como da
leitura do ponto. Na verdade o Ogan é como um fiscal. Além desta importante
função o Ogan tem outra função, que é a de cantar e tocar os atabaques para que
as entidade possam trabalhar, para tanto o mesmo é conhecedor de todos os Pontos
“Cantigas”, e para que serve cada um deles. O Ogan também é responsável por ler
o ponto riscado da entidade e saber se corresponde realmente ao que ela está
propondo ser. Existem três Ogans normalmente em cada casa, porém o Ogan que tem
todas essas atribuições chama-se Alabê (O Ogan de sala) que geralmente é o mais
antigo, e é Ogan do santo da mãe ou do pai de santo da casa.
Como é feita a escolha de um Ogan
Dentro da Umbanda, a
escolha do Ogan pode ser feita pelo Dirigente (Pai ou Mãe de santo) ou ainda
por um determinado Orixá de Umbanda. A partir deste momento ele passa por um
período de aprendizado e logo após este período é Coroado. Entretanto caso o
mesmo seja Ogan de atabaque, somente poderá prosseguir para coroação, uma vez
que autorizado pelo Ogan mais antigo, que fará provas com o novato a fim de
saber se o mesmo aprendeu os ensinamentos. Um bom Ogan consegue perceber quando
determinada entidade está por vir, sé é realmente um espírito doutrinado ou
não. Normalmente em um terreiro de Umbanda que haja doutrina e hierarquia, o Ogan
pode até mesmo solicitar que determinada entidade vá embora por não se
comportar dentro da doutrina ritualística. O que um Ogan fala, a mãe ou pai de
santo assina em baixo, é a pessoa de mais alta confiança, se por ventura o Ogan
tomar uma decisão ou dar uma ordem que o dirigente não goste, o mesmo chama o
Ogan no quarto de santo, e junto com o pai e ou a mãe pequena os três conversam
separadamente sem que os médiuns tomem conhecimento. Isto porque dentro da
doutrina Umbandista, os mais graduados não se chamam a atenção na frente dos
mais novos é uma questão de hierarquia e respeito.
Os atabaques de Umbanda
na realidade são Barricas, que são repercutidas com as mãos, assim como no
Candomblé os atabaques comem “Oferendas”, se oferece oferenda pelo fato de
trata-se de um espírito também, por este motivo na Umbanda, todos batem cabeça
para os atabaques, inclusive as entidades. Hoje em dia ainda existem casas em
que os filhos tomam à benção ao Ogan mais velho em respeito ao seu Orixá
(Coroado - Ifarí) e pelo fato de ser o segundo chefe da casa, faz parte da
doutrina. Assim como devem tomar à benção a Babakekerê ou Iyákekere (Pai
pequeno ou mãe pequena) e esses trocam à benção com o Ogan.
Quando os Orixás de Umbanda se
apresentam, o Ogan mais antigo levanta-se e toca o ADEJÁ (Instrumento que faz
parte dos que emitem os sons vibratórios para os Orixás) cantando e
acompanhando o santo, enquanto os demais tocam os atabaques. Dentro da Umbanda,
somente o (a) Dirigente, a Mãe ou Pai pequeno e Ogan, devem tocar o ADEJÁ, por
serem os mais graduados e porque o ADEJÁ deve ser tocado por pessoas e nunca
por outros espíritos. O ADEJÁ emite um som que é tido como sagrado assim como
os atabaques, e assim como os atabaques não são tocados por qualquer um. Para o
Orixá este conjunto de sons somado ao ponto cantado emana uma vibração adequada
para o transe e faz parte do ritual. Se na Umbanda com exceção dos Orixás de
Umbanda, as demais entidades estão em permanente evolução, os mesmos não podem
tocar o instrumento para o Orixá. Esta doutrina inclusive de tocar o ADEJÁ é
bem semelhante no Candomblé, sendo que na Nação apenas algumas outras pessoas
podem tocar, e sempre quando é passado de um para o outro, quem está passando
(Independente de cargo) deve se curvar, o que recebe após pegar instrumento se
curva também.
Dentro da Umbanda
existem apenas estes três Ogans, todavia na tradição Yoruba, existem diversos
outros Ogans, exemplo: de folhas Babalosayin, de matança Asogun etc. Como na
Umbanda não há sacrifício de animais, quando é necessário se chama alguém
Iniciado e com o que chama de “Mão de faca”, para Imolar o animal.
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